A mecanização na produção agroflorestal representa um desafio grande, mas motivador, especialmente quando consideramos áreas de mais de 30 hectares. As práticas agroflorestais, inspiradas nos princípios da Agricultura Sintrópica, são complexas e diversificadas e exigem uma abordagem que respeite a complexidade dos ecossistemas naturais, integrando a produção agrícola com a restauração ambiental.
Um avanço significativo na mecanização agroflorestal foi o desenvolvimento do subsolador agroflorestal por Ernst Götsch em parceria com a rhenusTEK, que atualmente é fabricado no Brasil pela SR Implementos. Este equipamento combina 3 hastes subsoladoras, com uma enxada rotativa e um encanteirador, deixando as linhas de plantio prontas para o plantio de árvores e com um formato côncavo no centro que aumenta o acúmulo de água nos canteiros. Além disso, as trinchas ecológicas, inicialmente desenvolvidas para a cafeicultura, representam outra inovação notável, capazes de cortar, triturar e direcionar o capim para as laterais das linhas de plantio, facilitando a manutenção e o desenvolvimento das culturas sem o uso de herbicidas.
Contudo, apesar dessas inovações, várias operações de manejo em sistemas agroflorestais permanecem desafiadoras para mecanizar. As podas, por exemplo, essenciais para o equilíbrio e produtividade do sistema, requerem cortes limpos, precisão e entendimento do comportamento das plantas que os implementos atuais não podem oferecer. Da mesma forma, o manejo de bananeiras ainda é todo manual, e a trituração de troncos de bananeiras nos trituradores existentes no mercado danifica os componentes do equipamento devido aos altos volumes de líquido. Essas tarefas não só exigem habilidades específicas, mas também um entendimento profundo dos sistemas vivos e ainda dependem de profissionais habilidosos e capacitados na leitura dos sistemas agroflorestais.
O trabalho em altura, especialmente para a poda de árvores em sistemas agroflorestais, requer conformidade com as normas regulamentadoras, como a NR 35, que estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e saúde dos trabalhadores envolvidos. A falta de profissionais capacitados para realizar trabalhos em altura com segurança, somada ao alto custo de aluguel de plataformas elevadas e ao baixo rendimento dessa operação, são limitantes em muitos projetos. Por conta disso, hoje, preferimos adensar mais o número de indivíduos de podas e raleá-los embaixo para evitar trabalho em altura em áreas de larga escala.
Embora esses desafios sejam reais e significativos, eles não diminuem o valor e o potencial da produção agroflorestal. Pelo contrário, destacam a necessidade de abordagens inovadoras e a importância de continuar desenvolvendo máquinas, implementos e ferramentas que se alinhem com os princípios agroflorestais de sustentabilidade, produtividade e respeito aos ciclos naturais. A maior necessidade de mão de obra, sob outra ótica, é uma oportunidade valiosa para o fortalecimento de comunidades rurais, especialmente dos jovens. A inclusão de pessoas nos sistemas, manejando, coexistindo e construindo a realidade agroflorestal no mundo é, ao mesmo tempo, um desafio e solução para muitos dos problemas ambientais e sociais modernos.Na nossa empresa, estamos comprometidos em superar esses desafios, oferecendo soluções que combinam inovação tecnológica e capacitação de equipes com práticas agroflorestais regenerativas. Nosso portfólio inclui consultoria especializada, treinamentos, elaboração de projetos agroflorestais e consultoria para alcançar metas ESG. Convidamos todos a explorar como nossas soluções podem apoiar o planejamento, a implementação e o manejo eficiente de sistemas agroflorestais em escala, contribuindo para um futuro mais regenerativo e produtivo. Visite nosso site para mais informações e para acessar nossos recursos educativos, como e-books, cursos on-line e assistência técnica personalizada. Confira em https://agrosintropia.com.br/solucoes/
Pedro Faria Lopes
Diretor de Projetos
Engenheiro Florestal